PLANO DE ATIVIDADES 2024

021 No ano que agora termina, a Fundação de Serralves prosseguiu o seu desígnio de se afirmar como uma referência cultural, em Portugal e no mundo, guiando-se pelo legado histórico da sua origem, que remonta ao longínquo ano de 1923. Ao longo desse século XX, é extraordinária a história deste lugar, iniciada quando Carlos Alberto Cabral herdou a propriedade onde implantou o Parque de Serralves, ocupando um lugar na história dos últimos 100 anos. Foi no último terço deste período, rico em transformações sociais, políticas e culturais, que a Fundação de Serralves foi criada, em 1989, com o claro propósito de promover a arte e a cultura dos nossos dias, envolvendo a comunidade e promovendo a diversidade. Esta visão traduziu-se na contínua participação de públicos locais, regionais, nacionais e internacionais cada vez mais vastos, desenvolvendo durante o seu percurso um contexto excecional para a criatividade, inovação e formação, antecipando de forma crescente os discursos e desafios associados ao futuro. Configurando um dos anos mais ambiciosos do percurso da instituição, a linha condutora da ação planeada para 2023: Onde o Futuro se Cruza com a Memória, celebrou a identidade, a missão e o percurso do centenário Parque de Serralves, intersetando-o contemporaneamente com a afirmação, o reconhecimento e a visão de futuro, com a expansão do Museu de Serralves na nova Ala Álvaro Siza, fundamental para o futuro de Serralves. A programação do Museu de Serralves começou com a apresentação de um relevante espectro de nomes que transitaram de 2022, como o português de influência global Rui Chafes, o destacado compositor eletrónico e artista visual japonês Ryoji Ikeda, a artista/ativista brasileira Rivane Neuenschwander, a universalmente irreverente Cindy Sherman e a artista emergente portuguesa Vera Mota. Também a Coleção de Arte Contemporânea de Serralves, uma das mais abrangentes e coerentes no contexto internacional, colocou em diálogo novas dinâmicas e leituras através de três importantes apresentações monográficas: Maria Antónia Leite Siza, 50 anos depois, que partiu do núcleo de trabalhos da artista doados pelo seu marido, Álvaro Siza; Agustina Bessa-Luís e a Coleção de Serralves, que assinalou a comemoração do centenário da escritora; e Paula Rego: Quem conta um conto…, numa homenagem a uma das maiores artistas portuguesas de todos os tempos. Já com inauguração em 2023, o Museu de Serralves apresentou a cada vez mais reconhecida artista portuguesa Carla Filipe, a influente dupla residente em Porto Rico Allora & Calzadilla, a perspetiva sobre a arquitetura do aclamado e recentemente desaparecido artista norteamericano Dan Graham, o singular universo fotográfico da amplamente reconhecida indiana Dayanita Singh, o mundo onírico do português André Romão, a efervescência criativa da influente franco-canadiana Kapwani Kiwanga; as belas fotografias do português António Júlio Duarte e a obra do colombiano Oscar Murillo, um dos mais importantes artistas da sua geração, integraram o inovador eixo de programação Projetos Contemporâneos. Pensada na perspetiva do seu panorama histórico, foi apresentada a exposição A Quem Possa Interessar: Uma Coleção, uma Carta, que reuniu um conjunto de obras da Coleção do Banco Privado Português que irão brevemente integrar a Coleção de Serralves e a exposição Print Matters Yeah!, que apresentou as aquisições e doações mais recentes da Coleção de Livros e Edições de Artista de Serralves, uma das mais importantes do género a nível internacional; o ano termina com chave de ouro com a apresentação da exposição de celebração do centenário de Fernando Lanhas, um dos mais extraordinários artistas portugueses da segunda metade do século XX, cuja obra está, em grande parte, depositada em Serralves. Em relação à Coleção de Serralves, é de realçar o seu crescimento muito significativo nos últimos anos, quer em número de obras, quer em valor, resultado de uma política de atração de depósitos de longo prazo e de doações, bem como de investimento crescente na aquisição de obras de arte. Este ano, é de destacar a aquisição da

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