Relatório & Contas 2019

72 Fundação de Serralves – Relatório e Contas 2019 performers executam uma série de ações cuidadosamente coreografadas com espelhos e vidros. Devido ao tamanho e ao peso dos adereços, os movimentos dos performers têm de ser lentos e cuidadosos. O perigo permanente de que os espelhos se partam cria uma sensação de ansiedade entre os espectadores. Os espelhos fragmentam o espaço, o público e os próprios performers. MIRROR CHECK 25 -26 MAI Performer: Catarina Marcos Performance realizada pela primeira vez em 1970, marca um importante ponto de viragem teórico e artístico para Joan Jonas, que passa do uso de espelhos como material nas suas esculturas para a sua utilização como adereço nas suas performances. "Foi um desenvolvimento lógico e um tipo de abstração de um trabalho a solo, estar nua em pé em frente a uma plateia, examinando muito lentamente o próprio corpo com um espelho.” O performer observa e examina meticulosamente o corpo através do espelho, que funciona como objeto e agente, e explora diferentes ângulos e perspetivas. Nesta peça, Joan Jonas propõe criar uma distância entre o observador e o performer para problematizar questões relacionadas com o lugar do espectador, género, identidade e representação da imagem no feminino. O MUSEU COMO PERFORMANCE A quinta edição de O Museu como Performance apresentou, ao longo de um fim-de-semana, um programa alargado de performances em áreas diversificadas como as artes visuais, a música, a dança, a performance e o vídeo, na sua maioria estreias nacionais. Destacando a fecunda e longa história de Serralves como um museu pioneiro na multi e interdisciplinaridade, o programa incluiu obras de Tamara Alegre, Antonia Baehr, Latifa Laâbissi & Nadia Lauro, Pedro Barateiro, Sofia Dias & Vítor Roriz, Alexandre Estrela, Vasco Mendonça com Drumming – Grupo de Percussão, Nguyen + Transitory e Kat Válastur, um conjunto de artistas cujo trabalho tem contribuído para abrir e explorar caminhos para práticas e reflexões artísticas, em contextos pautados pelo encontro e/ou cruzamentos entre a performance ao vivo e as artes visuais, questionando os seus tradicionais lugares de representação. Alexandre Estrela - "Metálica” 07 e 08 SET Tamara Alegre - "Fiebre" Pedro Barateiro - "O Ego da Cómoda” Kat Válastur/HAU - "Lang” 07 SET Sofia Dias & Vítor Roriz - "Arremesso VIII” Vasco Mendonça - "Home is where your heart is” Antonia Baher, Latifa Laanissi & Nadia Lauro - "Consul & Meshie” Nguyen + Transitory - "Bird Bird, Touch Touch, Sing Sing” 08 SET FÓRUM DO FUTURO – TRAVESSIAS/CROSSINGS A edição de 2019 do Fórum do Futuro foi motivada pelo simbolismo inerente ao facto de este ano se assinalarem, e de em algumas instâncias se celebrarem, os quinhentos anos da primeira viagem de circum-navegação por Fernão de Magalhães, e incidiu assim sobre modalidades de reflexão contemporânea em torno de sistemas de domínio e libertação de povos e também de outros seres do planeta – cuja existência se confronta com a submissão da força humana em múltiplos contextos naturais – e que para os quais se reivindica já um estatuto jurídico.

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